domingo, outubro 29, 2006

Diálogo com Cacaso

Meu coração de dois mil e seis
Não é mais meu nem de ninguém
Simplesmente por não existirem mais corações.

Morcegos, hienas, cabras, porcos jogam baralho,
Bebem cerveja e dão tapinhas nas costas
Ao se despediram pela manhã
E saírem um a um
De uma parta entreaberta de um bar.

Não há fronteiras.

E tanto faz o rei estar nu ou vestido
E tanto faz isto ou aquilo.

Também não há mais corpos
E até as almas são virtuais,
Metamorfoseiam-se de um site para outro
E apresentam novas cores
Que se apagam ao mínimo sinal de autenticidade.

No entanto, a vida não dorme,
Padece de insônia eternética.

Angélica CastilhoRio de Janeiro, 21 de outubro de 2006.

Um comentário:

Suzana disse...

"Eternética".

Essa é A palavra!