Diálogo com Cacaso
Meu coração de dois mil e seis
Não é mais meu nem de ninguém
Simplesmente por não existirem mais corações.
Morcegos, hienas, cabras, porcos jogam baralho,
Bebem cerveja e dão tapinhas nas costas
Ao se despediram pela manhã
E saírem um a um
De uma parta entreaberta de um bar.
Não há fronteiras.
E tanto faz o rei estar nu ou vestido
E tanto faz isto ou aquilo.
Também não há mais corpos
E até as almas são virtuais,
Metamorfoseiam-se de um site para outro
E apresentam novas cores
Que se apagam ao mínimo sinal de autenticidade.
No entanto, a vida não dorme,
Padece de insônia eternética.
Angélica CastilhoRio de Janeiro, 21 de outubro de 2006.
Um comentário:
"Eternética".
Essa é A palavra!
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