sábado, novembro 18, 2006

APURAÇÃO

vidas que se perdem...
penas e purpurinas
confetes e brilhos
espalhados em desencontros
em sambas atravessados
tempo não
tempo não volta
volta! – grito na multidão não se escuta.
surdo, surdo, surdo
na marcação
de alguém perdido – já se perdeu?
pés não acompanham a alma
alma sem corpo
garrafa de cerveja vazia
caída no meio-fio
na manhã de quarta-feira.

Angélica Castilho
Rio de Janeiro, 03 de março de 2006.

Um comentário:

disse...

Passei por aqui. Parei, li e senti. É poesia pura, original.
Parabéns!!! Comento este poema, porque hoje cheguei a casa assim, perdida...
Um abraço do Porto-Portugal